Desde que minha filha aprendeu a exprimir suas opiniões, ela vem repetindo que eu sou diferente das demais pessoas. Claro que nunca concordei com esta assertiva. Sou um tipo perfeitamente corriqueiro, em nada me diferenciando dos demais seres humanos e - menos ainda - daqueles do meu genero, as mulheres.
Assim pensava eu. Até que, levada por uma doença que me deixou de cama por uma semana, comecei a assistir à série Sex and the City. Gostei tanto que acabei comprando todos os episodios. E ai veio a surpresa. Eu nao simpatizei com a personagem central, Carrie Bradshaw. Na verdade, eu a detestei. Mulher infantil, dependente, chata. Irritante.
Na véspera da estréia do segundo filme, no final de maio, assisti a um debate na televisão, protagonizado por quatro mulheres jornalistas e escritoras, sobre o fenomeno Sex and the City no pais e no mundo. Me chamou a atenção a afirmação da ancora do programa. Segundo ela, essa Carrie, que se deixa tratar como um lixo por Mr. Big, seria o prototipo de nada menos do que 90% das mulheres do planeta.
Chocada, comentei o fato com minha filha, que concordou com a avaliação da jornalista irlandesa. Sem palavras, pus-me a refletir.
Foi assim que, pela primeira vez, eu admiti que realmente devo ser diferente.
Eu vi um Mr. Big completamente diferente do que as mulheres "normais" viram. Aos meus olhos, ele sempre foi bastante claro sobre suas dificuldades com compromissos, dos quais fugia como o diabo da cruz. Mas também deixou claro seus sentimentos por Carrie, que queria, no entanto, faze-lo se encaixar na moldura que ela tinha fabricado para o homem "perfeito".
Bom, essa constatação me deixou com uma estranha sensação de isolamento. Mas não me conformo. Não é possivel que um numero tão grande de mulheres (quase a totalidade) considere que um relacionamento padrão com um homem seja a coisa mais importante a conquistar na vida, sem o que carreira, dinheiro, sucesso, e mesmo poder virão sempre acompanhados de um sentimento de incompletude e mesmo de fracasso.
Gosto dos homens. Alias, acho até que gosto mais do que a maioria das mulheres, pois não procuro rotula-los ou enquadra-los. Como consequencia, também reclamo menos deles.
Sempre precisarei de um homem com quem compartilhar o amor. Jamais para me situar no mundo e na vida.
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6 comments:
Das 4, prefiro a Samantha!
Oi teresa...
Olha sempre fui fan de carteirinha do Sex and the city...quando eu ainda estava no BR e a serie passava na HBO...Nunca tive uma preferencia especifica por uma das "garotas", pois no fundo sempre me identifiquei, em momentos diferentes, com cada uma delas....acho que o sucesso estah aih...ser um pouco de tudo...chata, irritante, passional, sonhadora, louca por homens (perfeitos ou nao...), o que sempre me encantou na Carrie foram seus modelitos...lindos, arrogantes, cafonas, maravilhosos...inovadores...no resto acho que no fundo ela eh mais romantica do que a Charlotte...
beijao
Vou ver se assisto um pra ver se posso me simpatizar com esse tipo de seriado. Gostei da reflexao, mas nao posso concordar sem conhecer a Carrie. :)
Estou como vc.Tenho horror a esta série.Não assisto porque fico nervosa.Nem com revolver na cabeça.
Que bom que vc voltou.Não suma assim!
Teresa, vc ta mais do que certa em suas conclusoes. Ja passa da hora de nos - mulheres - nos comportarmos como tais e afirmarmos o nosso lugar no mundo. De uma em uma, se comeca uma diferenca!
Após o término recente de um namoro que quase "sugou" minha alma, percebo nos últimos dias que isso só aconteceu porque eu tinha e permitia em mim um sentimento constante de vazio antes de encontrá-lo ( o ex), de incompletude. Hoje paro sempre que possível e recito para mim mesma o mantra "seja inteira em tudo que faz e agora!". Obrigada pelo post!
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