Eu tenho muitas dúvidas. A respeito de tudo. Houve um tempo em que eu me sentia desconfortável, e muito, por pertencer à raça humana: a pior espécie de animais produzida pela natureza. Depois, comecei a refletir que, apesar dos nossos instintos, frutos de hormônios e memórias ancestrais que habitam nosso corpo, temos algo além da animalidade: temos uma alma, que produz barbaridades como a guerra, a injustiça social, a ganância, a cobiça, a estupidez, mas que também engendra tantas coisas belas, como a música, a poesia, a literatura, a pintura, o cinema, a arquitetura... o idealismo, a amizade, o companheirismo, a fidelidade, o amor.
Eu continuo tendo muitas dúvidas. Ainda não entendo nada. Mas não sinto mais vergonha de ser humana.
Eu não perdi a perspectiva da finitude de tudo, inclusive de mim mesma e de todos os meus sentires, desejos, sonhos, perturbações. Sigo achando tudo muito inútil, sobretudo a dor e o sofrimento. Talvez eu esteja errada, todavia. Quem sabe cada pequeno progresso individual seja um avanço para a humanidade na Grande História que está sendo escrita por cada ser humano que vem ao mundo.
Uma vozinha de suspeita sopra-me ao ouvido direito que tudo é bobagem, perda de tempo. Então, mesmo sem entender nada, vou aproveitando os momentos de alegria gratuita que tem sido o meu quinhão. Talvez seja só isso mesmo. Mas já está muito bom.
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10 comments:
Conseguiste me fazer refletir,Teresa.
Olá,gostei do seu blog.As vezes me sinto como vc,com vergonha de ser da raça humana,por tudo de mal que fazemos a tudo e todos.Tenha uma semana deliciosa,
beijussssss
Teresa, acho que você atingiu a sabedoria...aceitar o que não pode ser mudado (como o fato de sermos humanos com nossas qualidades e defeitos) e viver cada dia aproveitando o que ele nos traz de bom sem esquentar a cabeça. Parece simples mas são poucos os que conseguem fazer isso.
Um grande beijo.
Vergonha de pertencer à espécie humana, jamais.A única coisa que pode haver na sua vida de ruim é a saudade.E, se viver em lugar desenvolvido dá esta sensação de não ter nada para fazer que bom viver no Brasil onde tudo está por ser feito.
Teresa, quase "roubo" de novo seu post e levo pro meu blog..Tudinho que quero dizer, também. E olha que tenho mais idade que você. Isso significa que as inquietações não passam nunca...Às vezes a gente se acalma, consegue achar uma razão pra tudo, mas a maior parte do tempo, pra mim, é me perguntar tantas coisas e não obeter respostas...Mas a gente vai levando, né? Minha vida é muito boa, não há reclamação aqui, mas a humanidade, o mundo, tudo é uma incógnita...Um abraço.
"A vida é um por enquanto no que ha de vir.
Mia Couto" Achei isso no Blog "Uma bugra sulmatogrossense na Europa" e acho que cabe aqui tb. Seu novo Blog tá ótimo! Gostei das novidades! Felicidades nas terras joyceanas! Meu Abraço! Lúcia Medeiros
Teresa
Vim te convidar pra comigo comemorar mais um aniversário do "Ramses".
Tem novidade por lá.
Beijos!
Teresa estive pensando ...você trabalha para o "governo" brasileiro, então para o sr. Lula a quem admiro muito(MESMO!), ou para o Estado brasileiro, já que sua carreira é uma carreira de Estado e é independente do governante de plantão...? Meu abraço, Lúcia Medeiros
Acho meio injusto vc não ter meu email-lchm@terra.com.br
Como dizia Clarice Lispector " Nao precisa entender.Viver ultrapassa todo e qualquer entendimento".
Entao, vamos viver,ne?
Kd vc,hein?
Teresa! Vim visitar seu BLOG! No momento em que li este POST lembrei-me de dizer a ti que estou lendo "O QUE FAZ VOCÊ SER BUDISTA?" de Dzongsar Jamyang Khyentse, Editora Pensamento (estou lendo em portugues). E a "primeira verdade" de um budista é aceitar que "TODAS AS COISAS COMPOSTAS SÃO IMPERMANENTES". Eu estou lendo lentamente, e estou gostando... talvez vc goste também.
Meu abraço!
Renata C, UA ESPOSA EXPATRIADA.
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